Este projeto surgiu principalmente a partir de desafios trazido pela pandemia: trabalhar em home office, e acolher as crianças sem escola presencial. A solicitação de um escritório e espaço de estudos, que não existia na casa, e a necessidade de otimizar o espaço de lazer para aproveitamento dos adultos e das crianças foram materializados na ideia de uma edícula.

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Nos fundos havia duas coberturas de telhas sobre pilares e estrutura de madeira, com formatos diferentes entre si e que apresentavam subutilização e desintegração do espaço. Para remediar essa situação, o projeto buscou aproveitamento máximo, com ambientes de dimensões bem ajustadas, para que ainda sobrasse uma boa faixa de gramado entre a edícula e a residência, e cobertura ajardinada sobre a área de churrasqueira.

A necessidade de casar o estilo com a aparência da casa principal, que é térrea e com acabamentos recatados e tradicionais (madeira, tons de areia), delimitou um projeto de linhas simples com o tradicional tijolo aparente, mantendo a churrasqueira e reaproveitando alguns pilares de madeira da cobertura antiga. A finalização com platibanda simplifica o visual e diminui a altura final da construção, a fim de que os dois andares não contrastem tanto com a casa principal. Para romper com suavidade o tradicionalismo do tijolo, utilizou-se a amarração tipo Monk, conferindo uma textura única e que, por ser incomum no Brasil, se mostrou um desafio para a equipe de obras!

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O espaço inferior fechado tem a possibilidade de integração com o espaço de churrasqueira, aumentando as possibilidades de uso dedicado ao lazer dos adultos (lazer focado na churrasqueira; prática de yoga) e garantindo lazer coberto para as crianças (armários para brinquedos, tinta-lousa na parede e espaço livre para o brincar). Um lavabo complementa o conjunto

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No segundo pavimento, uma longa estante fixa feita com divisórias de tijolo, prateleiras de madeira reaproveitadas da demolição e portas de vidro de correr abriga a grande quantidade de livros da família, e o espaço contempla duas estações de trabalho e um volume recuado dedicado à vivência religiosa - um refúgio espiritual compacto. Os espaços excedentes resguardam instrumentos musicais. A cobertura ajardinada é acessível pela varanda desse andar, e, com uso de cadeiras e guarda-sóis, funciona como zona de descompressão para o trabalho e ambiente perfeito para contemplação do céu noturno, além de melhor utilizar a drenagem de águas pluviais.

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A separação física entre a construção dedicada ao descanso e às atividades de manutenção biológica e da casa e a construção dedicada ao trabalho e estudos reforça a separação funcional para melhor organização da rotina e dos processos fisio-biológicos. O ambiente de conforto dedicado ao trabalho torna-o mais prazeroso, e a separação de andares entre trabalho e lazer evita que as diferentes atividades sofram aglutinação por estarem sob o mesmo bloco. A reservação do segundo andar para o trabalho garante que o escritório não seja parte do fluxo comum, deixando esse contato apenas para os momentos que sejam verdadeiramente de trabalho, e também garante que o pequeno altar não faça parte do fluxo de todas as pessoas que utilizam ou acessam a casa.